quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A importância da arte

Já é conhecida por muitos educadores a importância da arte no mundo educacional. A linguagem artística muitas vezes pode desempenhar um papel de grande relevância no processo de recuperação da auto-estima, da construção do pensamento crítico e reflexivo, pois a arte provoca, instiga, mexe com os nossos sentimentos e emoções. A arte desperta em nós mais sensibilidade, fazendo-nos entender melhor a nossa relação com o mundo, a natureza, os outros e nós mesmos.
Trabalhar a imaginação,a compreensão e a a critividade pode ser uma prática das aulas de artes de maneira individual ou em grupo, agregando assim os jovens ao mundo e as oportunidades que a arte pode proporcionar.
Se a arte recria o mundo, automaticamente, ela integra esses jovens que participam das aulas de artes a se agregarem, a serem atuantes e participativos.
Como diz, em um cordel de sua autoria, a aluna Carolina Cristina, da oitava série A da Escola Prof José Mendes:
"Arte envolve determinação
Traz cultura pra cidade
Pros pobres alimentação
Cultura gera arte
Em seguida educação"

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Texto: Um produto histórico-social

O processo ensino/aprendizagem da leitura do texto na perspectiva da intertextualidade pode promover a interação com vários gêneros textuais, além de desenvolver a capacidade de identificar o intertexto, mostrando para o aluno que a importância do conhecimento de mundo interfere no nível de compreensão do texto como observaremos a seguir na letra da música do cantor Petrúcio Amorim “Deus do Barro”.
“Quando Deus fez o homem
sua semelhança
Foi amassando o barro
com a mão
Deu um sopro de vida
e esperança
Espalhou pelo mundo a criação”

É visivelmente notável uma alusão nesses versos ao livro da Bíblia: Gêneses (2,7) – “Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida e o homem passou a ser alma vivente”.

Como sabemos, o texto não se restringe apenas a linguagem escrita, podemos usar outros tipos de textos com o mesmo tipo de mensagem, fortalecendo a comunicação no entrelaçamento de leituras em diferentes textos. Usando a obra de Michelangelo ”A Criação do Homem”, afresco pintado na Capela Cistina do Vaticano notamos nitidamente uma referência ao livro Gêneses.


Como vimos anteriormente na letra da música, as palavras criam imagens, enquanto que no quadro as imagens criam palavras. Podemos observar durante a leitura da pintura o dedo de Adão tocando no dedo de Deus, passando a idéia de energia, vida, transmissão de amor, paz, força e coragem aos mortais e (nesse toque observamos uma simbologia) na vida real tudo isso nos é passado quando recorremos a Deus. É notado também em segundo plano as imagens de anjos que acompanham Deus em sua tarefa, não podendo deixar de observar a figura de Adão, representada com traços fortes e bem definidos.

O texto com a temática religiosa apresenta características renascentistas, como a beleza e a harmonia na manifestação artística.

Deus criou o homem e com seu imenso amor deu-lhe o poder de criação e a arte de criar deve estar ligada a arte de amar como podemos ver nos versos abaixo:

“Pra fazer com amor é preciso fé
Da mistura da lama saber tirar
A imagem de toda Maria e todo Zé
Tudo aquilo que a terra pudesse dar”

A letra da música “Deus do Barro” nos passa várias informações como verificaremos nos próximos versos, uma referência ao Mestre Vitalino que foi iniciada anteriormente:

“O boneco Mestre Vitalino
É grandeza por ter simplicidade
Com o barro ele fez o seu destino
Pelo barro ganhou eternidade”

Nós somos a soma de todas as leituras feitas no nosso dia-a-dia, leitura de situações, leitura de mundo que vai nos dar suporte para um melhor entendimento na leitura de um texto. Mestre Vitalino usou essa leitura de mundo na sua arte. Ele imprimia no barro a sua vivência, tornando-se um artesão mundialmente conhecido por retratar com a sua arte a cultura e o folclore do povo nordestino, como diz o verso a seguir:

“Amassa com a mão amassa
Um boneco uma banda de pife
Um dentista, um cavalo, um boi de carro
Amassa com a mão amassa
Se Deus é um Vitalino, Vitalino é um Deus de barro.”

A arte de Mestre Vitalino até hoje é recriada através dos seus seguidores. Nascido na zona rural de Caruaru, já adulto mudou-se para o Alto do Moura, local mais próximo do centro de Caruaru, conhecida como a capital do forró e que foi colocada no mapa mundial por ter obras de Vitalino expostas no Museu do Louvre em Paris. Sua arte transformou Caruaru no maior centro de arte figurativa das Américas – título concedido pela Unesco.

A arte pode identificar a geografia física e humana de um povo. O trabalho com a música “Deus do Barro” rendeu pesquisas sobre Luiz Gonzaga e Vitalino, dois divisores de água, na arte expressiva da identidade nordestina.

Tanto a arte de Vitalino quanto a de Luiz Gonzaga representam muito bem seu povo, seus hábitos, suas lutas, tristezas e injustiças sociais. Porém mostram a alegria, a fé e a força de um povo sensível e batalhador que nunca se deixa abater.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meu cenário (Petrúcio Amorim)

(Ilustração de Maurício Vieira)
Nos braços de uma morena/ Quase morro um belo dia/ Inda me lembro meu cenário de amor /Um lampião aceso/ Um guarda-roupa escancarado/ Um vestidinho amassado/ Debaixo de um batom /Um copo de cerveja /E uma viola na parede /E uma rede convidando a balançar/ No cantinho da cama, /Um rádio a meio volume, /Um cheiro de amor/ E de perfume pelo ar/ Numa esteira,/ O meu sapato pisando o sapato dela/ Em cima de cadeira /Aquela minha bela sela/ Ao lado do meu velho alforje/ De caçador Que tentação! /Minha morena me beijando /Feito abelha/ E a lua malandrinha/ Pela brechinha da telha /Fotografando meu cenário De amor.

Apresentação do Projeto Educação e Cultura: Nutrindo vidas com sonhos




Este projeto tem o objetivo de interagir com diversas culturas, oportunizando aos jovens leituras em diversas linguagens com o intuito de estimular o olhar reflexivo e o pensamento questionador, na formação de alunos cientes de sua inclusão no contexto histórico, político e social.A formação do aluno leitor, proficiente, autônomo e crítico será trabalhada através da ultiplicidade de manifestações culturais como: a música, literatura, literatura de cordel, artes plásticas, tradição popular, cultura loAs músicas trabalhadas no projeto servirão para apresentar relação nas mensagens encontradas no texto a situações relacionadas ao cotidiano dos jovens, ou até lições de vida que eles precisam absorver para uma conscientização do exercício de cidadania.

Descobrindo a importância do escutar, os jovens aprenderão a dar valor ao texto, aprimorando mais o gosto musical selecionando o que ouvir, fugindo um pouco das músicas que só apresentam apelo sexual de maneira vulgar e degradante, criando assim um gosto eclético.A cultura de um povo também pode ser deduzida pelo gosto musical, por isso é importante que esses jovens tenham a oportunidade de conhecer outras culturas além das que são maciçamente impostas pelos meios de comunicação reféns do produto descartável feitos por indústrias culturais para a população de massa, que denigrem a verdadeira arte empobrecendo a nossa cultura em nome de uma riqueza fácil e da rápida conquista de um povo sem oportunidade de escolhas.Trabalhando algumas músicas do cantor e compositor Petrúcio Amorim pretende-se provocar o senso crítico dos alunos, levando a argumentação para a sala de aula através de uma arte aparentemente feita para dançar (o forró), mas, que tem o poder de com suas letras despertar o senso crítico, provocando o estranhamento em situações corriqueiramente vividas e nunca observadas.